5 problemas de saúde sexual comuns em homens

Muitas vezes, por preconceito social, nós deixamos de nos cuidar — e quando a saúde sexual masculina está em risco, é problema. Vem que a gente explica o porquê.

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No dia 15 de julho, comemora-se, no Brasil, o Dia do Homem — e a data foi especialmente criada para trazer mais consciência à população masculina em relação aos cuidados com a saúde em geral, incluindo a saúde sexual.

Você sabia que, de acordo com um levantamento da plataforma MindMiners com 2 mil pessoas, 38% dos homens afirmaram não ter o hábito de ir ao médico para checar, por exemplo, sua saúde sexual? E que 46% não utilizavam método algum para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)?

Vem que a gente explica quais disfunções sexuais mais tiram o sono, por que é importante ficar de olho na saúde sexual e como os médicos podem te ajudar. 👨‍⚕

 

1. Disfunção erétil e saúde sexual

Muitos homens evitam falar sobre esse assunto porque, afinal,  é algo que ninguém gosta e carrega muito estigma — mas você sabia que a disfunção erétil atinge, em algum grau, 25 milhões de brasileiros acima dos 18 anos?

Ela pode ser causada por fatores físicos (como obesidade e sedentarismo), psicológicos (depressão, estresse e outros) e comportamentais (bebida alcoólica em excesso, tabagismo e outras drogas).

Em 2021, o Datafolha, a pedido da startup Omens, fez uma pesquisa com 1.831 homens brasileiros de 18 a 70 anos que mostrou que, nos dois anos anteriores, 38% tiveram algum tipo de disfunção erétil! 😳

A melhor solução para resolver o problema não é fazer piada ou esconder o problema como se não existisse. Hoje, clínicas especializadas que tratam a disfunção erétil, com segurança e sigilo.

O objetivo do tratamento depende das razões que os profissionais da saúde identificarem. Pode ser de melhorar a musculatura das artérias do pênis até análise comportamental e mudança no estilo de vida, ou ainda indicação de psicoterapia.

 

2. Ejaculação precoce

A verdade é que a ejaculação precoce, que acontece quando um homem ejacula até 2 minutos depois da estimulação sexual, é um dos desafios mais frequentes na saúde sexual masculina.

Segundo um estudo da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, cerca de 1/3 dos homens sofre ou já sofreu do problema, que é mais comum em quem tem menos de 40 anos.

Em cerca de 90% dos casos, as razões são fatores orgânicos, como taxa hormonal alterada e baixo fluxo sanguíneo. Em menor quantidade, também pode acontecer por fatores psicológicos, como ansiedade e depressão.

De novo, o tratamento vai depender da causa, que pode incluir antidepressivos e outros medicamentos, de acordo com a avaliação médica.

3. Síndrome de déficit de testosterona

A deficiência de testosterona pode causar efeitos nada desejáveis para o homem, como diminuição da libido, redução da fertilidade, fadiga e aumento da massa gordurosa — e, infelizmente, é mais frequente do que pensamos.

Estresse, efeitos colaterais de medicamentos como os derivados da cortisona e obesidade são alguns dos fatores que podem causar essa deficiência, que pode piorar se a ela se somar a queda natural no nível de testosterona, que começa aí por volta dos 30 anos (estudos mostram que, na faixa dos 40 aos 70 anos, a queda é de 0,8% ao ano).

Como tratamento, o ideal é a reposição da testosterona, que pode ser feita com injeções intramusculares, subcutâneas, adesivos ou com gel. O diagnóstico e o acompanhamento são do médico, que deve pedir exames mensais para acompanhar o quadro.

4. Doença de Peyronie

Se o amigo lá de baixo está muito torto, isso pode ser um dos sinais da doença de Peyronie.

Trata-se de uma cicatriz nodosa no tecido peniano, que se manifesta como uma espécie de caroço sólido e aparece frequentemente na parte superior do pênis, na extensão do corpo cavernoso — e causa deformidade peniana e dificuldades de manter a ereção na hora do sexo.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, a doença de Peyronie atinge entre 6% e 10% da população masculina entre 40 e 70 anos. Além disso, mais de 22 mil pessoas buscam na internet informações sobre o problema que, em muitos casos, atinge também a saúde mental.

De acordo com os pesquisadores Terrier e Nelson, que estudaram os aspectos psicológicos dos homens que têm o problema, 50% sofrem de depressão e 80%, de tristeza. Além disso, 50% dos participantes da pesquisa tiveram problemas no relacionamento.

A depender do grau de evolução da doença de Peyronie, o tratamento mais indicado pode ser cirurgia para correção, sempre sob avaliação médica.

 

5. HPV: cuide da sua saúde sexual

O nome da doença causada pelo papilomavírus humano (HPV) varia, mas ela é bem conhecida, já que o HPV é considerada a IST mais comum.

Nos homens, as verrugas que caracterizam a doença — os condilomas — geralmente aparecem no pênis e região. Alguns casos, porém, são assintomáticos, o que facilita a transmissão, que acontece durante a relação sexual ou contato íntimo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, em 2017, a estimativa de prevalência do HPV entre os homens era alta em todas as regiões do mundo (21%) e atingia um pico em idade ligeiramente mais alta que a das mulheres. A prevalência de qualquer tipo de HPV no pênis, em particular, é de 18,7%; no escroto, 13,1%; e na região perineal, 7,9%.

O mais indicado é a prevenção com uso correto de camisinha e práticas de sexo seguro, e hoje também já há vacinas para os tipos mais comuns de HPV que afetam a região genital.

No caso do condiloma já instalado, é preciso cauterizar, o que pode ser feito de pomadas a ácido ou, ainda, cirurgicamente com bisturi elétrico e outras técnicas, a depender do caso.

Na prática, se os homens cuidarem de sua saúde sexual periodicamente, muitas doenças sexuais podem ser tratadas, e muitos agravos podem ser evitados.

Doutor, o segredo é se manter informado e e não deixe de ir ao urologista, andrologista e outros médicos. Sua saúde e qualidade de vida agradecem. 🤜🤛

Com colaboração de Raquel Marinho.

Imagens: Adobe Stock.

- Por João Marinho