O que eu tenho a ver com câncer de mama? - Dr. JONES

O que eu tenho a ver com câncer de mama?

Você sabia que os homens representam em torno de 1% dos casos de câncer de mama no Brasil? No Outubro Rosa, vale a pena não apenas aderir à campanha de conscientização feminina, mas também olhar para a própria saúde...

Estamos no Outubro Rosa, mês oficial de combate ao câncer de mama, que atinge, em sua maioria, mulheres. 

Tá, mas então o que os homens precisam saber sobre esse assunto? Primeiramente, é sempre bom se munir de informações para apoiar as mulheres à sua volta, na prevenção ou caso alguém esteja enfrentando essa doença

Em segundo lugar, você também precisa saber que o câncer de mama afeta homens, ainda que em uma proporção menor. Na verdade, cerca de 1% dos casos que surgem todos os anos no Brasil acontecem na população masculina, segundo dados de 2021 do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Por isso, é preciso ficar atento. Por falta de informação, muitas vezes os homens demoram para identificar a doença — e só a descobrem quando ela já está em nível avançado.

Como é o início de câncer de mama?

Homem negro, em sombra e meia-luz, encosta-se de rosto virado para uma parede. Ele não tem camisa e veem-se os fios de barba. A imagem remete ao peso que as exigência sociais colocam sobre a autoestima masculina.

Foto: Sebastiaan Stam | Pexels.

No homem, os sintomas do câncer de mama, além de um caroço, podem incluir descamação do mamilo ou mesmo erosões na área. 

Ademais, por ser indolor, o tumor pode ser confundido com outras doenças, principalmente com a ginecomastia (aumento da mama nos homens).

Para tirar a dúvida, identificar e prevenir, é preciso fazer a mamografia, que é realizada da mesma forma que o exame feminino.

Como o câncer de mama é uma doença mais rara nos homens, não se fala muito sobre indicação da mamografia como rastreio populacional, mas o exame tem importância, sim.

Na verdade, a mamografia é, muitas vezes, mais precisa em homens do que em mulheres, já que os homens não têm mamas densas ou outras alterações que possam interferir no exame.

Prevenção ao câncer de mama

De acordo com a Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – FEMAMA, para o homem prevenir a doença, algumas atitudes podem ajudar. 

Entre elas, estão: evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e anabolizantes, não fumar, praticar exercícios físicos e ter uma dieta balanceada com controle de peso.

Isso porque homens acima dos 50 anos e acima do peso entram para o grupo de risco ao câncer de mama. 

Da direita para a esquerda, Matthew Knowles, Beyoncé e a mãe da cantora e ex-mulher de Matthew, Tina.
Foto: DepositPhotos | Reprodução.

Outros fatores, como histórico familiar, doenças hepáticas e alterações no testículo, também influenciam no desenvolver da doença. 

Um exemplo foi o pai da cantora Beyoncé, Matthew Knowles, que foi diagnosticado com câncer de mama aos 67 anos de idade.

Pessoas trans

Segundo uma pesquisa publicada no British Medical Journal, mulheres trans têm mais chances de desenvolver câncer de mama que homens que se identificam com seu gênero de nascença, principalmente durante o período de tratamento hormonal. 

Já os homens trans têm um risco menor em comparação com as mulheres, em especial os que realizam a mastectomia como parte do processo de transição, já que a maior parte do tecido mamário é retirada. 

Isso, porém, não exclui as chances de desenvolver o câncer de mama, principalmente se a pessoa tem histórico familiar. 

Dessa maneira, quem tem histórico de câncer de mama na família deve realizar exames anuais de monitoramento, já a partir dos 30 anos, de acordo com a American Cancer Society.

Tratamento

Homem negro, em sombra e meia-luz, encosta-se de rosto virado para uma parede. Ele não tem camisa e veem-se os fios de barba. A imagem remete ao peso que as exigência sociais colocam sobre a autoestima masculina.

Foto: Michelle Leman | Pexels.

O tratamento de câncer de mama depende do estágio da doença, das características do tumor e da melhor abordagem para o caso, de acordo com a avaliação médica.

Isso significa, por exemplo, saber se há presença de metástases ou não —  e em quais áreas.

De um modo geral, porém, o tratamento pode incluir quimioterapia, radioterapia, bloqueio de hormônios (hormonioterapia ou imunoterapia) e cirurgia.

Como outros cânceres, tempo é também saúde nesse caso: quanto mais cedo se descobre o problema, maiores as chances de cura. 

Portanto, informe-se e vá ao mastologista diante de quaisquer sinais de alteração na sua mama. Sim, eles estão lá para os homens também!

Foto/Destaque: Ashkan Forouzani | Unsplash.

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